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ATENTADO À DEMOCRACIA

Oposição tenta barrar projeto que quer homenagear centro de tortura da ditadura militar

Detalhe da fachada do prédio do 1° Batalhão da Polícia do Exército, onde funcionou o DOI-Codi do Rio durante a ditadura militar

01 de março de 2023 - 13h40

Por Lúcia Rodrigues

A oposição parlamentar à extrema direita na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) vai tentar derrubar nesta quarta-feira, 1, o projeto do deputado Rodrigo Amorim (PTB), que pretende conceder o Prêmio Construtor da Paz ao 1° Batalhão de Polícia do Exército, onde funcionou o DOI-Codi, o principal centro de tortura no Rio, durante a ditadura militar.

O deputado estadual Flávio Serafini (PSOL) explica que a articulação para derrotar a proposta de Amorim envolve além dos parlamentares de esquerda, deputados da base governista que não apoiam esse tipo de homenagem por ser uma afronta a todos aqueles que foram perseguidos pelos agentes da ditadura.

“Esse projeto legitima a tortura. É um absurdo! Visa legitimar a violência, o terror de Estado como prática. Vamos conversar com a base do governo (para barrar o avanço da propositura de ataque aos direitos humanos).

Ele antecipa a estratégia que será colocada em ação na tarde desta quarta-feira, na sessão plenária da Alerj. “Vamos tentar derrubar a sessão (para não ter quórum).”

Se o quórum for obtido, a estratégia, segundo Serafini, será emendar o projeto para descaracterizá-lo. A medida faz com que a proposta seja retirada de votação.

O parlamentar considera que o colega extremista age dessa forma, para tentar se reconectar com  antigos eleitores de extrema direita, já que teve uma queda vertiginosa na votação desta legislatura em relação à eleiçao de 2018.

Ele enfrenta inclusive a oposição da família Bolsonaro, por ter rompido com o ex-presidente, quando o então governador Wilson Witzel entrou em choque com os Bolsonaros. Mas a politica de agressão aos direitos humanos continua afinada com os antigos aliados.

No arco de alianças da base governista da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Amorim ocupa a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a principal do parlamento fluminense.


Comentários

Maria Rita Bicalho Kehl

01/03/2023 - 14h31

É inadmissível toda e qualquer tentativa de “enobrecer” um centro de tortura

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