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GOLPISMO FASCISTA

Ministro da Defesa lidera golpe contra processo eleitoral, para tentar impedir que Lula seja eleito

O general bolsonarista Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira ataca democracia para proteger Bolsonaro

12 de julho de 2022 - 22h06

Por Lúcia Rodrigues

Quando assumiu o comando do Exército em abril do ano passado, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, foi considerado, por parte da imprensa, o nome mais moderado entre as opções que estavam sobre a mesa de Bolsonaro, para ocupar o cargo deixado vago pelo demissionário general Edson Leal Pujol.

A falsa boa impressão se dissolveria aos poucos. Como a maioria do reportariado não conhece os membros da caserna, levou um tempo para que a ficha caísse de vez, como se costuma dizer popularmente.

Hoje, com ele à frente do Ministério da Defesa, ninguém em sã consciência ousaria se referir ao militar como um fardado ponderado.

Paulo Sérgio é um general radicalizado. E assim como seu chefete de patente inferior, a quem ele presta continência, advoga sandices, como a vulnerabilidade das urnas eletrônicas.

Dia a dia o general vem dando declarações contra o processo eleitoral e deixando claro que não pretende se subordinar ao resultado das urnas se forem desfavoráveis a Bolsonaro.

Já deixou explícito que as Forças Armadas pretendem fazer uma apuração paralela. Dão a isso o nome de fiscalização, apesar de não ser.

Está em curso um movimento para subordinar o TSE, o órgão responsável pelo processo eleitoral no país, aos desígnios de militares das Forças Armadas que representam os interesses de Bolsonaro.

A defesa do voto impresso não passa de um sofisma para atacar a democracia e manter o gado reunido.

O direito ao voto, digital ou em cédula de papel, nunca esteve entre as preocupações dos militares que se aboletaram na Esplanada.

Seus mestres passaram  mais de duas décadas usurpando o direito dos brasileitos escolherem diretamente o presidente da República.

Derrubaram com tanques nas ruas, em 1964, um presidente eleito pelo voto impresso.

Passado sombrio

No final de semana, Paulo Sérgio compartilhou um artigo d0 general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva, em que este parece ter retornado, sem escala, para o passado sombrio em que o porão ditava as regras para o país.

Rocha Paiva é o militar que dividia com o coronel torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra o controle do site de extrema-direita Ternuma (Terrorismo Nunca Mais), em que destilavam seus ódios em ataques contra lideranças de esquerda que combateram a ditadura militar.

Foi ele quem também coordenou o documento em que prevê o domínio dos militares na política por meio do bolsonarismo até 2035.

No artigo compartilhado pelo ministro da Defesa, Rocha Paiva conclui afirmando que “a eventual eleição de Lula será o desastre e a ruína moral da Nação e de suas instituições”.

Não é preciso dizer mais nada, para saber que o ministro é da defesa de Bolsonaro e não do país.

Seu antecessor, o general Walter Souza Braga Netto, provável candidato a vice-presidente na chapa do Planalto, é outro fiel escudeiro do capitão.

Foi ele quem chefiou a intervenção federal na área da segurança pública do Rio de Janeiro, Estado onde justamente o clã Bolsonaro se fez na política.

Com plenos poderes para atuar, era de Braga Netto a última palavra sobre tudo que estivesse relacionado ao tema.

O poderio, no entanto, não se converteu em controle do crime organizado. Muito pelo contrário.

Menos de um mês após ter assumido o cargo, a vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes, foram fuzilados em plena via públiica por milicianos, um deles, inclusive, vizinho do presidente para o qual o general viria a trabalhar.

O Escritório do Crime, comandado por milicianos da confiança da família Bolsonaro, também não teve os serviços incomodados por Braga Netto enquanto comandava a segurança pública do Rio.

O ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega continuou chefiando com desenvoltura a organização criminosa, até ser abatido em uma operação nebulosa, com cheiro de queima de arquivo, em fevereiro de 2020.

Adriano era parceiro antigo dos Bolsonaros. Quando ainda liderava a milícia de Rio das Pedras, na zona oeste da capital fluminense, foi condecorado pelo então deputado Flavio Bolsonaro com a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Estado.

Por estar preso, acusado pela morte de um guardador de carros, não pode comparecer à homenagem. A comenda foi enviada por Flavio para a cadeia.

Os laços de amizade entre os dois era tão forte, que Flavio empregou em seu gabinete na Assembleia, a mãe e a então mulher do miliciano.

Nada disso foi impeditivo para Braga Netto e demais generais da ativa e de pijama participarem do governo Bolsonaro.

Quando subiram a rampa com o capitão, sabiam ao lado de quem marchavam e porque marchavam.

 

 

 

 


Comentários

Mm

14/07/2022 - 09h52

Um absurdo total!!! Bando de milicianos!!! Rasgam a Constituição na nossa cara!

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