Militares golpistas que defendem torturador Ustra, desmaiam na democracia
22 de março de 2024 - 20h01
Por Lúcia Rodrigues
Parece piada pronta, mas militares das Forças Armadas que defendem os métodos de interrogatório do coronel torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra que comandou o DOI-Codi de São Paulo, o principal centro de tortura do país durante a ditadura militar, desmaiam em ações da Justiça e da Polícia Federal no regime democrático.
O mais recente militar a sofrer a síncope é o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
Segundo informações, ele desmaiou durante depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal), na tarde desta sexta-feira, 22, ao saber que teria a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, por obstrução de justiça.
Em áudios vazados e publicados pela revista Veja, Cid afirma, por exemplo, ter sido pressionado pela Polícia Federal para fazer uma delação que incriminasse os colegas de farda e governo. Além de ter declarado que o Supremo já tem a sentença condenatória pronta contra ele e os demais.
Efeito cascata
Antes de Cid, há pouco mais de um mês, o colega de farda e patente, o tenente-coronel, Guilherme Marques Almeida, também desmaiou quando a Polícia Federal bateu em sua porta para realizar uma operação de busca e apreensão de documentos que comprovem a trama golpista que culminou nos ataques de 8 de janeiro.
Essa cena assume ainda características de pastelão por Marques Almeida comandar à época o 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército, função em que se espera preparo emocional de seu comandante.
Depois do episódio, o Exército o exonerou do cargo.