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Mamãe Falei teria articulado para que relator do Conselho de Ética fosse Delegado Olim; presidente da Comissão nega interferência

Manifestantes que acompanharam os trabalhos do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa colaram cartazes em frente ao gabinete de Mamãe Falei pedindo sua cassação

09 de março de 2022 - 17h58

Por Lúcia Rodrigues

O deputado do MBL Arthur Mamãe Falei teria articulado com parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo, de acordo com fontes, o apoio à indicação do Delegado Olim (PP), para relatar no Conselho de Ética da Casa, o processo que vai analisar a declaração ofensiva às refugiadas ucranianas.

Olim foi confirmado para o cargo, nesta quarta-feira, 9, pela presidente do Conselho, a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB).  Ela nega, no entanto, que tenha ocorrido interferência em sua escolha. “Jamais permitiria que alguém interferisse. Jamais aceitaria pressão, nem do presidente (da Assembleia).”

Questionada sobre o critério adotado para a escolha de Olim, a tucana explica que optou pela alternância entre homens e mulheres no cargo. A última relatoria, de acordo com ela, teria sido ocupada pela deputada Marina Helou (Rede). Agora, então, seria a vez de um homem assumir o comando dos trabalhos.

Indagada se esse critério não seria frágil diante da gravidade da situação e se não seria mais adequado colocar uma mulher na relatoria, a deputada responde que só há mais duas parlamentares na Comissão, além dela: Marina Helou e Erica Malunguinho (PSOL).

A deputada do PSDB não optou por nenhuma das duas. “A Marina já foi relatora, o Olim fazia tempo que não era chamado. A Érica pode fazer um voto em separado, se não concordar com o relatório dele”, frisa.

Além das três mulheres e de Olim, compõem o Conselho de Ética, os deputados Barros Munhoz (PSB), que é vice-presidente do órgão, Campos Machado (Avante), Wellington Moura (Republicanos), Adalberto Freitas (União Brasil) e Enio Tatto (PT)

Ela não antecipa se é favorável à cassação do deputado do MBL. “Como presidente, preciso manter a isenção.”

A reportagem de Holofote entrou em contato com os o gabinetes de Olim e Mamãe Falei , mas não obteve retorno da assessoria de imprensa do delegado às ligações. No gabinete de Mamãe Falei ninguém atende os telefones.

Pela manhã, manifestantes que acompanharam os trabalhos da primeira reunião do Conselho de Ética fizeram um protesto em frente ao gabinete do parlamentar do MBL e colaram cartazes pedindo sua cassação.

Não há previsão para o julgamento do caso, o Conselho ainda não agendou a próxima reunião. Mamãe Falei terá o prazo de cinco sessões para apresentar sua defesa.

 


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