Janio de Freitas afirma que Derrite, secretário de Segurança Pública de SP, deveria estar preso
08 de abril de 2024 - 08h33
Por Lúcia Rodrigues
O jornalista Janio de Freitas declara que o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, deveria estar preso.
A afirmação foi feita durante debate com o jornalista Bob Fernandes, no programa da rádio Metrópole FM, de Salvador, comandado por Mário Kertész, e retransmitido pelo YouTube, na última sexta, 5.
Fernandes ressaltava o fato de Derrite alegar que não sabia quantos eram os mortos nas operações Escudo e Verão, promovidas pela PM na Baixada Santista, após a morte de um soldado da Rota no ano passado.
Os mortos chegam a quase 90 pessoas (28 e 56, nas respectivas ações da tropa).
“Quando o Derrite diz: ‘Eu matei muito ladrão’, a gente tem de notar que ele não prendeu, diz que matou. Ele matou quantos? Ele perdeu a conta? Quem foram os mortos?”, indaga Fernandes.
“Esse secretário devia estar na cadeia. Ele confessa a prática de homicídios. Ele confessa ter agido ilegalmente, quando detentor da obrigação de defender a legalidade em todos os seus graus e finalidades. Ele devia estar preso! Devia ser preso!”, enfatiza Janio.
Fernandes também estende a crítica: “Como é que a sociedade e o jornalismo aceitam uma declaração dessas sem levantar quem foram os mortos que o ex-soldado, oficial da Rota matou? Ele é um deputado federal, licenciado, e agora secretário de Segurança”.
E questiona: “Quando (Derrite) diz que mata ladrão. Eu me pergunto, quando ele passa pelo Congresso (Nacional), ele não encontra nenhum ladrão? Nos salões do poder em São Paulo, ele mata? Ou essa coisa justiceira só vale nas quebradas?”.
Derrite conta com o apoio do governador, Tarcísio de Freitas, (Republicanos) que já disse não se importar com críticas à truculência de sua PM.
“Pode ir na ONU, no raio que o parta, não tô nem aí”, afirma após denúncia apresentada no Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) pela Comissão Arns e Conectas.
Recentemente, Tarcísio promoveu a coronel, Cleotheos Sabino de Souza Filho, condenado pela justiça por violência policial.
Derrite também tem afastado de postos de comando da PM, policiais que não estão 100% afinados com a política de truculência na segurança pública.
Reportagem da Folha de São Paulo aponta ainda que o secretário tem a sua disposição, um efetivo de policiais superior ao de mais de 90% das 645 cidades do Estado de São Paulo.
A assessoria de policiais retirados do policiamento das ruas para servir ao secretário é conhecida como o “exército de capitães do Derrite”.
Ex-policial da Rota, ele ganhou projeção ao declarar que era vergonhoso para um policial “não matar nem três pessoas em cinco anos”.