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DITADURA NUNCA MAIS

Atos contra golpe militar e extrema direita acontecem neste final de semana na capital paulista

01 de abril de 2023 - 02h32

Por Lúcia Rodrigues

Uma série de atos estão marcados para este final de semana na capital paulista, para repudiar o golpe militar, homenagear suas vítimas e pedir a punição dos torturadores da ditadura e de Jair Bolsonaro e seus apoiadores.

A primeira manifestação ocorre na manhã deste sábado, 1, e será liderada pelo Cordão da Mentira, coletivo que reúne artistas de vários grupos teatrais, como Companhia Estável, Comum, Folias, Cabras, representantes de movimentos sociais e mães de vítimas da violência policial, como as Mães de Maio.

A concentração está marcada para às 10h, em frente a 36ª Delegacia de Polícia, na rua Tutóia, 921, no Paraíso, onde funcionou o DOI-Codi, principal centro de tortura da ditadura militar.

“Simbolicamente é muito importante, porque ali muitas pessoas foram torturadas e assassinadas. Apoiamos a luta para transformar o local em um espaço de memória, como ocorreu na Argentina, no Uruguai, Chile”, frisa a atriz Fernanda Azevedo, representante do Coletivo Comum no Cordão da Mentira.

Ela explica que o Cordão se manifesta desde 2012, nas ruas da capital paulista, sempre com a temática que liga os crimes cometidos pela ditadura militar com a violência policial praticada hoje contra moradores da periferia.

Passeata

O desfile-escracho contra o terrorismo de Estado deste sábado vai percorrer as ruas do bairro. O Quartel General do 2° Exército, onde golpistas bolsonaristas permaneceram acampados por mais de dois meses bradando contra o presidente Lula e pedindo intervenção militar, é um dos pontos visitados pelo Cordão. O protesto será encerrado no Monumento às Bandeiras.

“Somos contra a anistia para os crimes do governo Bolsonaro. Tem uma frase da personagem Antígona que diz: ‘Passado abandonado, jamais será passado’. Enquanto não se passar o passado a limpo, não se terá futuro. Por isso, o principal mote do Cordão (deste ano) é: Sem Anistia”, enfatiza a atriz, vencedora do Prêmio Shell.

É justamente para pressionar pela punição dos crimes cometidos pelo governo Bolsonaro, que acontecem mais dois atos a partir das 14h deste sábado.

No Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, 95, centro da cidade,  ocorre a entrega de um abaixo-assinado com mais de 100 mil assinaturas, para parlamentares, solicitando a instalação de um Tribunal Popular para julgar esses crimes.

As deputadas do PSOL Luiza Erundina (SP), Fernanda Melchionna (RS) e Mônica Seixas (SP) confirmaram presença na solenidade.

O ato é organizado pelo Manifesto Coletivo, encabeçado pelo professor da Filosofia da USP Vladimir Safatle.

Perto dali, no mesmo horário, às 14h, vai ocorrer outra manifestação exigindo a punição de Bolsonaro pelos crimes cometidos durante os quatro anos de mandato à frente da Presidência da República.

O ato, convocado por organizações de esquerda como a UP, o PCB, PCR e a Ação Antifascista, acontece  em frente ao prédio do Memorial da Resistência, onde funcionou o Dops, temido centro de tortura da ditadura.

O Memorial da Resistência está localizado no Largo General Osório, 66, região da Luz, no centro.

Também às 14h, só que do lado de dentro do Memorial da Resistência, em seu auditório, acontece mais uma edição do Sábado Resistente, organizado pelo Núcleo de Preservação da Memória Política.

Neste sábado haverá uma homenagem aos ex-presos políticos, torturados, mortos e desaparecidos políticos da ditadura militar.

O ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, o ex-senador pela Itália José Luiz Del Roio, a procuradora regional da República Eugênia Gonzaga, a historiadora Jessie Jane Vieira de Souza, o economista e professor da PUC Ladislau Dowbor e o ex-presidente da Comissão Estadual da Verdade de São Paulo Adriano Diogo, são alguns dos nomes confirmados para o ato.

O Sábado Resistente é organizado pelo Núcleo de Preservação da Memória Política.

No domingo, 2, a Caminhada do Silêncio encerra as manifestações da semana contra o golpe militar. Organizada pelo Movimento Vozes do Silêncio e o Núcleo de Preservação da Memória Política, o protesto silencioso vai ocupar a região do Ibirapuera, na zona sul da capital.

A concentração começa às 15h, na Praça da Paz, com acesso pelos portões 7 e 8 do Parque Ibirapuera, localizados na avenida República do Líbano.

Dali, os manifestantes caminham em passeata até o monumento em homenagem às vítimas da ditadura militar, proxímo à avenida Pedro Alvares Cabral.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, participa da manifestação.

 

 

 


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