Macron derrota Le Pen, mas ultradireitista deve ultrapassar barreira de 40% da votação
24 de abril de 2022 - 18h07
Por Lúcia Rodrigues
O presidente francês, Emmanuel Macron, conseguiu a reeleição ao Palácio do Eliseu, neste domingo, 24, ao derrotar a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, no segundo turno das eleições.
As projeções apontam 58,2% dos votos para o candidato do República em Marcha e 41,8%, para a ultradireitista Le Pen.
Apesar de o resultado trazer um certo alívio para os que temiam a ascensão de um programa fascista na França, Le Pen obteve uma votação expressiva.
Ao que tudo indica, a extrema-direita vai conseguir superar a barreira dos 40% nas urnas. Na eleição de 2017, ela recebeu 33,94% dos votos.
Já Macron, perdeu eleitores. Na última disputa, o atual presidente obteve 66,06% de apoio na votação.
No discurso aos apoiadores no Campo de Marte, em frente à Torre Eiffel, ele reconheceu que muitos compatriotas optaram pela candidata da extrema-direita, mas reafirmou que será o presidente de todos os franceses.
Se depender de alguns candidatos que o enfrentaram nas urnas no primeiro turno, sua vida política não será fácil.
Após a divulgação das projeções eleitorais, Jean Luc-Mélenchon, do França Insubmissa, terceira força política da eleição presidencial, convocou uma coletiva de imprensa.
Ele saudou a derrota de Le Pen. Mas enfatizou que as forças progressistas precisam se unir para derrotar Macron nas eleições legislativas, que acontecem este ano.
Mélenchon também ressaltou a alta taxa de abstenção e votos brancos e nulos como uma resposta negativa dos franceses a Macron. “É o presidente pior eleito da Quinta República.”
O ultradireitista Éric Zemmour, derrotado no primeiro turno, aproveitou para alfinetar a família Le Pen, destacando que esta é a oitava vez que sofrem uma derrota nas urnas, mas apelou à unidade das forças conservadoras para derrotar Macron nas eleições parlamentares.