Chega elege mais dois deputados no exterior e terá 50 parlamentares na bancada fascista
20 de março de 2024 - 22h18
Por Lúcia Rodrigues
O Chega, partido de extrema-direita português, conseguiu eleger mais dois deputados entre os eleitores do exterior. Um no círculo da Europa e outro fora do território europeu.
Na Europa, os imigrantes que vivem na Suíça e em Luxemburgo garantiram o primeiro lugar ao partido fascista.
Já o candidado do PS (Partido Socialista) teve o passaporte carimbado por eleitores da Alemanha, Bélgica, França e do Reino Unido para conquistar a segunda cadeira no Parlamento.
No círculo fora da Europa, a AD (Aliança Democrática), que reúne partidos da direita neoliberal, terminou à frente do Chega, mas no Brasil o fascista venceu.
O direitista denunciou o uso da máquina bolsonarista a favor do representante da extrema direita, classificando-a como suja.
Tanto o PS como a AD perderam um deputado na nova legislatura na votação no estrangeiro.
Com o final da apuração dos votos do exterior, no final da noite desta quarta-feira, 20, o partido fascista Chega atingiu 50 parlamentares, a AD 80, o PS, 78, a Iniciativa Liberal, 8, o Bloco de Esquerda, 5, o PCP (Partido Comunista Português), 4, o Livre, 4 e o PAN (Pessoas-Animais-Natureza), 1.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indicou no final desta noite (em Lisboa) o novo primeiro-ministro, Luís Montenegro, líder da AD, para presidir a Assembleia da República, o Congresso Nacional português.
As eleições legislativas foram antecipadas porque Rebelo de Sousa aceitou a renúncia do então primeiro-ministro Antonio Costa, vítima de uma falsa denúncia do Ministério Público português, que associou seu nome ao de um homônimo envolvido em um escândalo de corrupção.
Corre nos bastidores que o presidente da República, membro da direita neoliberal, viu uma oportunidade de seu partido, o PSD (Partido Social Democrata), que lidera a coligação da AD, conquistar a presidência da Assembleia da República.
O que Rebelo de Sousa não contava era que a AD chegasse tão enfraquecida ao Parlamento, em que não terá maioria para aprovar nenhum projeto.
Com o resultado que garantiu mais duas cadeiras ao Chega, Ventura comemorou a vitória. “Votaram pela mudança. Votaram sinalizando os erros que PS e PSD cometeram ao longo dos anos. É um resultado histórico. Vamos começar a limpeza.”
Luís Montenegro tem até o dia 28 de março para formar gabinete com quem pretende governar. A posse do novo primeiro-ministro ocorre no próximo dia 2.