Livro sobre estudante assassinado sob tortura pela ditadura militar será lançado em SP
18 de abril de 2024 - 14h00
Por Lúcia Rodrigues
A história do estudante de Geologia da USP Alexandre Vannucchi Leme, morto sob tortura no DOI-Codi de São Paulo, em 17 de março de 1973, foi transformada em livro pelo jornalista e primo em segundo grau, Camilo Vannuchi.
Eu só disse meu nome, que dá título à publicação, é a frase dita aos companheiros quando retornava das sessões de tortura.
Aos algozes que o fustigavam para obter nomes de companheiros de sua organização política, a ALN (Ação Libertadora Nacional), ele repetia: Meu nome é Alexandre Vannucchi Leme.
Morreu sem entregar ninguém, nas mãos dos verdugos comandados pelo então chefe do DOI-Codi paulista, Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela justiça como torturador.
Tinha 22 anos. Havia sido aprovado em primeiro lugar no vestibular da Geologia aos 19. Aluno exímio, era considerado prodígio pelos amigos e colegas de turma.
No final do ano passado, a USP entregou à família, o diploma que ele deveria ter recebido há quase 50 anos, se não tivesse sido assassinado pela ditadura militar.
Alexandre dá nome ao DCE-Livre da USP, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade de São Paulo, desde 1976.
Nesta quinta, 18, sua trajetória de vida e de luta estará sendo compartilhada com aqueles que comparecerem ao lançamento do livro, às 19h, na Livraria da Travessa, localizada na rua dos Pinheiros, 513, em Pinheiros, zona oeste da capital paulista.
Assista a seguir vídeo com representantes da área cultural em homenagem a Alexandre Vannucchi Leme.
Ouça também trecho do podcast Eu só disse meu nome, uma iniciativa do Instituto Vladimir Herzog, com narração de Camilo Vannuchi.