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Brasil

Renda básica de cidadania é defendida por Suplicy para combater desigualdade no país

05 de julho de 2022 - 03h31

O levante ético de Eduardo Suplicy

 

Por Luiz Henrique Gomes Moraes

A atitude do ex-senador e vereador por São Paulo Eduardo Suplicy no evento que lançou as diretrizes do programa de governo da frente de partidos que apoiam a campanha de Lula (PT) e Alckmin (PSB) me fez lembrar do levante ético proposto por Chico Whitaker em um artigo da revista Carta Capital, em março de 2019, e uma entrevista à Rádio Brasil Atual, em maio do mesmo ano. Chico explicava a luta por mais direitos, liberdade, igualdade.

Ao ver Eduardo Suplicy lembramos de sua história não só como um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, mas também como uma das grandes lideranças da esquerda brasileira e mundial. Uma figura histórica não pode ser esquecida e podemos constatar que o povo não esquece de Eduardo Suplicy. Toda atitude que cometemos em nome de um projeto por mais igualdade e liberdade que não seja ortodoxa é fortemente criticada, até mesmo pela esquerda.

O vereador tem como uma de suas bandeiras a defesa da Renda Básica de Cidadania ou Universal; em 2020, início da pandemia, diversos economistas discutiram a criação de uma Renda Básica Universal como política de combate à pobreza em tempos de pandemia, dentre as economistas de maior destaque tivemos a Monica De Bolle, que participou de encontros virtuais com o vereador discutindo formas de implantação da Renda Básica; logo depois vimos a criação e execução do Auxílio Emergencial aprovado pelo Congresso, de 600 a 1200 reais por família, responsável pela redução da desigualdade social em 2020, segundo estudo do pesquisador Rodolfo Hoffmann da Unicamp.

É necessário constatar que o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, citou que o Projeto de Renda Básica está no documento de Bases e Diretrizes da campanha de Lula (PT) e Alckmin (PSB), porém podemos legitimamente perguntar: Por que não houve um convite a Eduardo Suplicy para a discussão e elaboração do programa de governo da coalizão de partidos em apoio à chapa? Devemos considerar que política é embate, é debate sem deixar de defender nossos ideais de esquerda.

Enxerguei na ação de Eduardo Suplicy a necessidade de sustentarmos aquilo que é benéfico a toda nossa sociedade, especialmente aos mais pobres. Não estou e não estamos na pele de Eduardo Suplicy, mas podemos sentir o que se passa diante de um esquecimento (sic). Suplicy floresce em nós a luta e resistência em defender seus ideais.

Lembro que eu, junto de outros amigos e amigas de esquerda, ao sabermos da vinda do Destruidor e Traidor da República à  nossa cidade, Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, terra de José Alves Azevedo e Álvaro Vieira Pinto, nos organizamos e fomos confrontar o genocida e seus asseclas. Éramos uns  15 companheiros e companheiras, a maioria mulheres e jovens.

Levantamos uma enorme faixa escrita: Bolsonaro Genocida. Sofremos ataques e xingamentos com palavrões dos asseclas, mas ficamos por lá; era legítimo, recebemos críticas do campo progressista e da esquerda local, mas também apoios e agradecimentos, até daqueles que não estão ligados à militância política mas são opositores a este descalabro que nos governa.

Não fomos lá só criticar o presidente da República, mas também defender um projeto de país mais igual, não racista, não machista, não misógino, não capacitista, ou seja, fizemos também um levante ético, segundo o pensamento proposto por Chico Whitaker.

Lembremos da obra Crítica ao Programa de Gotha (Boitempo Editorial), em quer Marx se opõs ao programa da social-democracia alemã, criado pelos lassalianos. Eduardo Suplicy se levanta para defender suas ideias, ideias que beneficiam a grande camada social que historicamente está excluída da riqueza produzida em nossa sociedade e nos faz pensar como devemos nos levantar diante dos desafios que temos pela frente: pela construção de um país mais justo.

Eduardo Suplicy que fez aniversário. 81 anos no dia 21 de junho e nos deu um presente: como nos erguer em busca de justiça e defesa de nossos ideais coletivos. É um exemplo para todos nós de esquerda.
Seguindo o lema da nossa campanha, “Vamos todos Juntos pelo Brasil”!
Muito obrigado Senhor Eduardo Suplicy!

 

Luiz Henrique Gomes Moraes é servidor público da Universidade Estadual do Norte Fluminense, estudante de Engenharia Ambiental do Instituto Federal Fluminense no campus Guarus e militante do Partido Socialista Brasileiro no Rio de Janeiro.


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