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60 ANOS DO GOLPE MILITAR

Pinacoteca de SP expõe trabalhos artísticos de presos políticos da ditadura militar até agosto

Público observa quadros de ex-presos políticos na Pinacoteca. Fotos: Levi Fanan/Pinacoteca do Estado de São Paulo

10 de abril de 2024 - 07h51

Por Lúcia Rodrigues

Obras artísticas produzidas por ex-presos políticos nos presídios da ditadura militar estão em exposição na Estação Pina, da Pinacoteca de São Paulo, até 18 de agosto, no prédio do Memorial da Resistência, onde funcionou o Dops durante os Anos de Chumbo.

A Mostra Sol Fulgurante: arquivos de vida e resistência é parte dos eventos que ocorrem no país em descomemoração aos 60 anos do golpe de 1964, quando as Forças Armadas derrubaram o então presidente da República João Goulart, o Jango.

O acervo da exposição faz parte da coleção do jornalista, artista plástico e ex-preso político Alípio Freire, morto por Covid-19 em 2021, e doada por sua companheira, a advogada Rita Sipahi, à Pinacoteca do Estado de São Paulo no ano passado.

Parte desse material integrou a exposição Imagem Testemunho do Centro MariAntonia da USP, que ficou em cartaz de abril a dezembro de 2023, no prédio da antiga Faculdade de Filosofia da USP, na rua Maria Antonia, no centro da capital paulista.

Entre os trabalhos artísticos realizados há pinturas, colagens, xilogravuras, pirogravuras entre outras técnicas desenvolvidas pelos prisioneiros políticos nos cárceres da ditadura militar em São Paulo, como os presídios Tiradentes, Hipódromo, Romão Gomes, a Casa de Detenção e Penitenciária (masculina e feminina). Há trabalhos também feitos no Dops paulista.

Detalhe de parte das obras expostas na Mostra da Pinacoteca de São Paulo

Para Rita Sipahi, que também é ex-presa política e tem trabalhos expostos, a Mostra é importante porque ajuda a registrar um pouco da história do Brasil.

“É o testemunho da nossa história política. As pessoas que ficaram presas puderam através da arte contar o que acontecia. Isso mostra como a politica é indissociável da arte.”

“Mesmo naquele momento de tanta repressão, de confinamento, mortes e de toda a tensão que se vivia, canalizaram isso na arte. É um documento de memória coletiva.”

Ela considera que a Mostra também funciona como um espaço de disputa contra a narrativa que a extrema direita tenta impor ao país sobre a ditadura militar.

“É como se ganhássemos um espaço de disputa da memória dos que resistiram (à ditadura). Cada obra é um instrumento de memória. Da memória coletiva como expressão do que foi a repressão e de toda a destruição que provocou, com as torturas, mortes e os desaparecimentos”, enfatiza.

Serviço:

Quando: até 18 de agosto, de quarta a segunda, das 10h às 18h

Quanto: Gratuito aos sábados. Outros dias: inteira, R$ 30, meia, R$ 15

Onde: Largo General Osório, 66, (2° andar), Santa Efigênia, centro. É possível acessar o local pela plataforma interna da estação de trem Luz sentido Jundiaí, que tem interligação com o metrô

 


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