Revolução dos Cravos teve duas senhas antes de militares colocarem tropas na rua para derrubar ditadura
18 de abril de 2024 - 03h20
Por Lúcia Rodrigues
Há 50 anos a internet não existia e a TV ainda era produto de luxo, ausente na maioria dos lares portugueses.
A senha para os militares que participariam da derrubada da feroz ditadura salazarista, que perdurou por 48 longos anos, viria pelas ondas do rádio.
A canção de Zeca Afonso, Grândola, Vila Morena, símbolo da resistência, tornou-se o hino da Revolução dos Cravos.
Mas o que muitos não sabem é que Grândola não foi a única nem mesmo a primeira senha do MFA, o Movimento das Forças Armadas, que derrubou a ditadura.
O primeiro código que mobilizou militares em várias partes do país, foi emitido às 22h55 de 24 de abril, pelos Emissores Associados de Lisboa.
Apresentada no Festival Eurovisão da Canção, no Reino Unido, menos de 20 dias antes da Revolução eclodir, E depois do Adeus era uma música essencialmente de amor e não despertava nenhum tipo de suspeita.
Cerca de meia hora depois, ia ao ar pela Rádio Renascença, emissora católica, Grândola. A partir dali já não se podia recuar. A revolução estava em marcha.
Acompanhe a seguir E depois do Adeus na interpretação de Paulo de Carvalho, no Festival. Na sequência, assista a apresentação magistral de Zeca Afonso, interpretando Grândola, no Coliseu dos Recreios, em 1983, a casa mais importante de espetáculos em Portugal à época.